domingo, 26 de junho de 2011

Desespero abaixo de zero

No dia 14 de maio de 2009 a ADC Intelli foi até Farroupilha (RS) e em plena Associação de Desportos Saturno, local onde a Cortiana/UCS mandava seus jogos, arrancou um empate em 4 a 4 pela Liga Futsal, com gol do ala Rato, quando faltavam 30 segundos para o final.

Uma bela partida e um bom resultado, mas o duelo esteve a alguns segundos de entrar para a história de todas as edições da Liga Futsal.

Sem perder a quatro jogos na Liga, a Intelli viajou para o Sul em alto astral, hospedada em Bento Gonçalves, que fica a 25 Km de Farroupilha, a concentração para o jogo foi a melhor possível e a delegação seguiu pela estrada Rota do Sol na data da partida.

Preleção realizada e time em quadra para dar início ao aquecimento, que nessa data seria primordial e especial devido à baixa temperatura. O frio seria o fator determinante para que essa história tivesse um final feliz.

Com calafrios em pleno aquecimento o ala Musquito pediu ao roupeiro da equipe que lhe desse uma camisa de mangas compridas. Era o início do calvário orlandino.

Em busca da vestimenta o roupeiro ‘artista’ seguiu para o vestiário, passaram-se cinco minutos, seis, sete e o amigo não voltava, foi quando o técnico da equipe, Cidão, percebeu algo estranho e foi até o local, onde encontrou bolsas reviradas e nem sinal do roupeiro e muito menos de uniforme para ser usado no jogo, começava ali o maior desespero da carreira do técnico.

O roupeiro pegou bolsas erradas, havia esquecido as camisas certas no hotel em Bento Gonçalves e desesperado partiu de táxi rumo a cidade vizinha para tentar corrigir a besteira descomunal.

Em Farroupilha, fim do aquecimento e desespero total no vestiário, atletas chorando, revoltados e atônitos. Condescendente com a aflição intelliana, o simpático Flávio Cortiana, proprietário da Cortiana Plásticos chegou a oferecer a camisa B de sua equipe, algo inaceitável pelo regulamento.

Cumprindo o regulamento, os árbitros Carlos Cesar Quaresma e Telmo Moraes dispararam o cronômetro, em 15 minutos seria decretado W.O, o primeiro na Liga Futsal desde 1996.

Eis que quando o cronômetro apontava pouco mais de um minuto para encerrar o tempo de tolerância, surge o táxi salvador, dirigido bravamente pelo heróico motorista, que percorreu 50 Kms em tempo inferior ao que alcançaria Michael Schumacher em seus tempos áureos.

Todos vibraram como em um gol no último segundo de uma decisão de Copa do Mundo e o roupeiro desastrado apareceu com a cara do goleiro adversário nessa mesma decisão.

20.2 - A equipe que deixar de comparecer a qualquer jogo programado, será considerada vencida por W X O, poderá cumprir o restante da tabela normalmente, porém, responderá pelos prejuízos financeiros que causar, especialmente aos seus adversários, à CBFS, à Liga ou a qualquer dos  responsáveis pelos pagamentos das despesas da competição e, ainda, estará obrigada a recolher multa no valor de até R$10.000,00 (dez mil reais) em favor da Liga Futsal.

20.3 - Em todos os casos deste gênero, a Liga Futsal pode tomar outras medidas contra a equipe responsável, inclusive aplicação de multa no valor de até R$ 10.000,00 (dez mil reais).

Pior que tudo isso seria o vexame mundial !!!

sábado, 25 de junho de 2011

Noite macabra

O Dall’Onder Hotel, localizado na cidade de Bento Gonçalves (RS), foi palco de mais um clássico dos bastidores intellianos e dessa vez envolveu o roupeiro da equipe na ocasião e o massagista José Avelino.

A ADC Intelli iria atuar no dia seguinte na cidade de Carlos Barbosa (RS) e no final da noite, massagista e roupeiro se retiraram ao quarto que dividiam no aconchegante hotel, para se preparar e descansar para o difícil duelo do dia seguinte.

Da mesma forma, todos ‘subiram’, cada qual para seus aposentos e dormiam o sono dos justos, até que entre duas e três horas da manhã, o técnico da equipe, Cidão, foi surpreendido com batidas fortes e apressadas na porta de seu quarto.

Ainda sonolento, abriu a porta e o roupeiro entrou desesperado: “O Zé morreu, o Zé morreu, o Zé morreu.” Repetia em tom elevado, principalmente para aquele horário

O técnico rapidamente se deslocou para o local do suposto óbito e se deparou com a 'vítima' em um sono profundo... Muito profundo, mas sem vestígios de ser definitivo, na verdade José Avelino apenas dormia um sono tranquilo e muito pesado.

Ávido para voltar a dormir, Cidão retornou para seu quarto, que ainda tinha a visita do roupeiro e garantiu ao amigo de luto que José Avelino apenas repousava. Missão cumprida, o técnico se lançou na cama para fazer o mesmo.

Ao despertar, Cidão se dirigiu ao banheiro e tropeçou em um corpo estendido no chão. Incrédulo com a história, o roupeiro terminou a noite no WC do quarto do treinador, se utilizando da toalha como colchão e o papel higiênico como travesseiro.

Pouco depois foi constatado oficialmente que José Avelino não morreu e mais vivo que nunca se esbaldava no Salão Sauvignon, local onde é servido o café da manhã Dall’Londer.

quinta-feira, 23 de junho de 2011

Derrota sem jogo

Nem só de histórias hilárias foram constituídos esses ‘quase’ 35 anos de futsal orlandino. Em 1994 aconteceu, talvez, o episódio mais triste de todo esse tempo.

Na verdade, nesse ano o futsal da ADC Intelli estava desativado e havia conversas para que voltasse com grande força no ano seguinte, como de fato aconteceu, devido a isso foi formada uma equipe juvenil, que na temporada posterior cedeu atletas para as equipes juvenil e principal.

Ainda pela fase de classificação do Campeonato Paulista do Interior, categoria juvenil, a equipe de Orlândia iria jogar fora de casa, no sábado, 21 de maio de 1994, quando enfrentaria a equipe da cidade de Rio Claro, no ginásio municipal da cidade.

A categoria juvenil não é prestigiada como a categoria principal e na maioria das vezes o público é formado pelos familiares dos atletas, mas naquele dia, quando o elenco de Orlândia se aproximou do ginásio, percebeu que aquela tarde seria diferente.

Havia carros, ônibus, motos, muita gente nas redondezas do ginásio, muita correria para adentrar o local, enfim, a situação era totalmente nova para aqueles garotos.

Ainda assustados com tanto público, os jovens atletas nem perceberam o clima diferente que havia no ar. Não era uma simples preparação para uma partida de futsal, não havia bandeiras, não havia sorrisos, não havia vibração.

Na noite anterior, sexta-feira, 20 de maio de 1994, como acontecia todos os dias, nove ônibus da Companhia Cidade Azul saíram de Rio Claro em direção à Faculdade Unimep, na cidade de Piracicaba, porém, naquele dia o quarto ônibus do comboio não chegou ao seu destino.

O veículo se envolveu em um grave acidente na SP-127, 19 estudantes, quase todos naturais de Rio Claro, perderam suas vidas, na ocasião a condução não tinha mais que 30 pessoas. Por ser uma sexta-feira o carro estava com menos alunos que o habitual, se o carro estivesse lotado, com 51 passageiros, a tragédia poderia ter sido ainda maior.

O grande público avistado na chegada ao ginásio chorava por essas vítimas, que pela necessidade de um local maior, foram quase todas veladas no ginásio municipal da cidade.

Como é de costume, uma viagem de uma equipe de futsal é recheada de pagode, jogo de baralho, piadas e um alto astral indescritível, mas naquela tarde de sábado, os poucos mais de 230 km de volta à cidade de Orlândia foram percorridos em um silêncio arrepiante e deprimente.

terça-feira, 21 de junho de 2011

Salve-se quem puder

Com o crescimento do futsal da ADC Intelli veio também o aumento da rivalidade, principalmente regional. Entre os rivais de explicado destaque temos nossos irmãos serranenses, que dividiram as primeiras glórias regionais com a equipe de Orlândia na metade dos anos 80.

Com isso veio a preocupação dos diretores orlandinos em contratar seguranças e dar maior tranquilidade de trabalho aos atletas, é a deixa para o surgimento de nosso herói nessa história.

Vindo de Uberaba (MG), Taíde se apresentou aos diretores da equipe como sendo profissional no ramo de segurança, mestre em artes marciais e com um currículo de fazer inveja ao Anderson Silva ou Vitor Belford.

As dimensões de Taíde realmente impunham respeito, era o chamado popularmente de 2x2 e no primeiro clássico entre Intelli e Serrana, famoso pelas atribulações em quadra e fora dela, os orlandinos partiram certos de que dessa vez estariam seguros.

A partida na cidade de Serrana foi eletrizante, como devia ser um clássico entre esses dois clubes. Nos segundos finais o placar apontava 1 a 0 para os anfitriões e para desespero da torcida local, a arbitragem teve 'peito' de anotar um tiro livre direto contra a equipe da casa.

Preparado para a cobrança, o homem que tinha um verdadeiro canhão no lugar de pernas, Nildo da Rocha, ouvia o clamor da torcida serranense: “Ra, ra, ra se fizer vai apanhar, ra,ra,ra se fizer...”

No alto de seu profissionalismo e juventude, Nildo não se intimidou e colocou na 'gaveta', sem ter tempo para comemorar, já que os torcedores desciam as arquibancadas para cumprir o prometido.

Rapidamente todo o time da Intelli partiu em fuga rumo ao vestiário e para surpresa e espanto geral encontraram as portas fechadas. Após variados tipos de tapas, empurrões e 'elogios' às mães orlandinas, finalmente a porta descerrou-se e de trás dela surgiu o grande Taíde, devidamente 'borrado' com a situação.

A explicação de Taíde foi ainda pior do que as pancadas recebidas naquela noite. O segurança argumentou que era um lutador profissional e que não podia agredir ninguém, a federação das artes marciais não permitia tal atitude, sob pena de ter sua licença de lutador caçada.

No dia seguinte a porta que Taíde fechou em Serrana serviu de inspiração para a porta se fechar para ele na Intelli.

segunda-feira, 20 de junho de 2011

Bebendo com o inimigo

Nesse caso iremos reservar o direito de preservar a identidade do 'artista' principal. Contaremos o milagre, mas não o santo.

Na ocasião a ADC Intelli iria disputar uma importante decisão contra um de seus maiores rivais no interior paulista, a equipe de Santa Fé do Sul.

Hospedada no Solar de Pedra Hotel, no centro da bela Santa Fé do Sul, os jogadores se retiraram aos seus quartos após o jantar, pois no dia seguinte o 'pega' seria complicado.

Já alguns componentes da comissão técnica resolveram realizar uma caminhada nos arredores do hotel e a poucos metros do local encontraram, para surpresa de todos, o técnico do adversário do dia seguinte.

A conversa se enveredou pelos caminhos do futsal e caminhou noite adentro. Em dado momento, já tomado pelo poder envolvente dos 'conhaques', eis que o amigo da hora e adversário do dia seguinte perdeu as travas da língua e com requintes de desenho em guardanapo, deu o 'serviço', explicando como jogava cada atleta de seu time e seus planos para vencer a decisiva de logo mais.

Não se sabe se as informações eram verídicas ou se fazia parte de uma tática para ludibriar o inimigo, mas o que se sucedeu foi mais um título da ADC Intelli, dentro dos domínios adversários.

O quarto 17

Em 1987 a ADC Intelli ainda 'engatinhava' nas competições oficiais, mas fora de quadra já havia histórias que se destacavam e a posição de goleiro pelo visto era uma das mais promissoras no quesito criação de enredo.

Ocorre que em jogos do Campeonato Paulista Série Ouro, quando atuava na capital, a equipe de Orlândia tinha por hábito se concentrar no hotel Lagoa Azul, localizado na cidade de Vinhedo (Região Metropolitana de Campinas) e esse costume deu uma bela ideia aos atletas mais 'espirituosos' do elenco. 

Antes de viajar para o Lagoa Azul, insistiram na tese de que o quarto 17 do local era mal assombrado, justamente o quarto onde repousaria o roupeiro da época.

Pois bem, já no local, com todos devidamente instalados e após o jantar, dois arqueiros famosos da equipe, Euller e Cascão, adentraram o quarto 17 e se acomodaram, o primeiro dentro do guarda roupas, o segundo debaixo da cama e ouviram quando o roupeiro entrou em seu local de repouso falando sozinho: “Quarto assombrado? Esses caras acham que sou otário.”

Pouco depois se dirigiu ao guarda roupas e ao abri-lo se deparou com um 'fantasma' muito alto, que na verdade também atendia por nome de Euller. Desesperado, o roupeiro pulou na cama gritando e para sua surpresa, outro 'fantasma' chutou a cama debaixo para cima, essa outra criatura do além também tinha um nome, Cascão.

O pobre praticamente passou pela porta sem abri-lá e acordou a todos com seu desespero. Depois daquela noite o quarto mal assombrado de número 17 do Lagoa Azul, nunca mais apresentou sinais de criaturas sinistras, mas muitos hóspedes juraram ter ouvido muitas risadas ‘macabras’ vindas do tal quarto, mais exatamente em uma noite em que uma certa equipe de futsal esteve hospedada ali.    

domingo, 19 de junho de 2011

Seja bem vindo ao fabuloso mundo dos bastidores

A ADC Intelli completa 35 anos no final de 2012. Os primeiros pontapés na bolinha pesada, que já nem é tão pesada, foram dados em 10 de dezembro de 1977 e de lá para cá foram muitos gols, conquistas e derrotas.

Por Orlândia passaram muitos atletas, técnicos, dirigentes e com eles muitas histórias. Contos famosos nos bastidores, em momentos de superação, engraçados, emocionantes, de muito choro e muitos sorrisos.

Mas poucos conhecem esse lado de uma agremiação e é justamente do lado de fora da quadra, nos vestiários, nos treinamentos, nas viagens, enfim, nos bastidores é que se forma campeões ou derrotados e esse blog vai mostrar ao torcedor da Intelli e aos apaixonados pelo futsal, o lado humano de super homens do esporte.

Além das histórias, o blog será ilustrado também com fotos, vídeos, documentos, tudo o que nos remeterá ao fabuloso mundo de quase 35 anos da ADC Intelli, mas em uma visão nunca vista, aguarde!