quinta-feira, 23 de junho de 2011

Derrota sem jogo

Nem só de histórias hilárias foram constituídos esses ‘quase’ 35 anos de futsal orlandino. Em 1994 aconteceu, talvez, o episódio mais triste de todo esse tempo.

Na verdade, nesse ano o futsal da ADC Intelli estava desativado e havia conversas para que voltasse com grande força no ano seguinte, como de fato aconteceu, devido a isso foi formada uma equipe juvenil, que na temporada posterior cedeu atletas para as equipes juvenil e principal.

Ainda pela fase de classificação do Campeonato Paulista do Interior, categoria juvenil, a equipe de Orlândia iria jogar fora de casa, no sábado, 21 de maio de 1994, quando enfrentaria a equipe da cidade de Rio Claro, no ginásio municipal da cidade.

A categoria juvenil não é prestigiada como a categoria principal e na maioria das vezes o público é formado pelos familiares dos atletas, mas naquele dia, quando o elenco de Orlândia se aproximou do ginásio, percebeu que aquela tarde seria diferente.

Havia carros, ônibus, motos, muita gente nas redondezas do ginásio, muita correria para adentrar o local, enfim, a situação era totalmente nova para aqueles garotos.

Ainda assustados com tanto público, os jovens atletas nem perceberam o clima diferente que havia no ar. Não era uma simples preparação para uma partida de futsal, não havia bandeiras, não havia sorrisos, não havia vibração.

Na noite anterior, sexta-feira, 20 de maio de 1994, como acontecia todos os dias, nove ônibus da Companhia Cidade Azul saíram de Rio Claro em direção à Faculdade Unimep, na cidade de Piracicaba, porém, naquele dia o quarto ônibus do comboio não chegou ao seu destino.

O veículo se envolveu em um grave acidente na SP-127, 19 estudantes, quase todos naturais de Rio Claro, perderam suas vidas, na ocasião a condução não tinha mais que 30 pessoas. Por ser uma sexta-feira o carro estava com menos alunos que o habitual, se o carro estivesse lotado, com 51 passageiros, a tragédia poderia ter sido ainda maior.

O grande público avistado na chegada ao ginásio chorava por essas vítimas, que pela necessidade de um local maior, foram quase todas veladas no ginásio municipal da cidade.

Como é de costume, uma viagem de uma equipe de futsal é recheada de pagode, jogo de baralho, piadas e um alto astral indescritível, mas naquela tarde de sábado, os poucos mais de 230 km de volta à cidade de Orlândia foram percorridos em um silêncio arrepiante e deprimente.

2 comentários:

  1. Realmente foi uma das viagens mais longas da minha vida...Estava neste dia tão triste...Leonardo Alves

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  2. É Leo, eu me lembro desse dia também... e de fato as brincadeiras no nosso ônibus, que eram muitas, foram trocadas por um silêncio incomum. Ricardo Lima (China - ala/pivo na época).

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